Quem já teve a oportunidade conhecer o bairro central de Habana Vieja pode aproveitar para conhecer dois locais inesperados (e, no meio do caminho, fazer uma parada obrigatória – porém meio frustrante – no Museu da Revolução).
Dia 2
O seu dia pode começar no bairro de Jaimanitas. Antiga colônia de pescadores, a região ganhou cores (e turistas!) com o trabalho de um artista local: José Rodriguez Fuster. Há cerca de 30 anos, após uma viagem à Europa, ele começou a decorar a casa com pedaços de azulejo – inspirado pelo que viu de Gaudi em Barcelona e Brancusi na Romania. Toda a dedicação compensou e o artista plástico logo conquistou os vizinhos, que gostaram da ideia e pediram que ele decorasse as fachadas e muros de suas casas.
A atenção ao detalhe, a destreza ao juntar os cacos multi-coloridos e a criatividade de Fuster ajudam a criar uma atmosfera de sonho em sua casa.

É interessante notar, no entanto, que Fuster atrai mais estrangeiros que cubanos. Nossos vizinhos em Havana e o motorista que nos levou até o bairro nunca tinham visitado o bairro, apesar de reconhecerem que haviam escutado falar do artista em um programa da TV. Na rua, os vizinhos do artista aproveitam o movimento para montar lojas nas garagens e vender souvenirs de Cuba.
A entrada é gratuita, mas os visitantes podem deixar uma contribuição para o projeto. O trajeto ida e volta de táxi custou 30 CUCs.

De volta ao centro da cidade, o Museu da Revolução, localizado no antigo palácio presidencial, é parada obrigatória para conhecer mais sobre a história da ilha. O acervo se expande da época pré-colombiana até a atual, mas predominam os dados relacionados ao período da guerra revolucionária dos anos 50 e à história do país após 1959.
A melhor forma de descrever o museu é como “amador”. A exposição mais faz lembrar um trabalho de escola, mas o interessante da visita está em conhecer a narrativa cubana para os fatos que se desenrolaram com a revolução – que podem destoar um pouco da visão norte-americana e acrescentar ao que temos acesso aqui no Brasil.

Para completar o dia, vale atravessar o Canal de Entrada da Bahía de Havana (por um túnel bem profundo, diga-se de passagem) e admirar a cidade ao entardecer. Comece visitando o Cristo de Havana, ponto de observação próximo à Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, o destino final da noite.

Na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, todos os dias, exatamente às 21h, acontece a cerimônia do Cañonazo, tradição mantida desde os tempos coloniais. Pontualmente a essa hora, é lançado um tiro de canhão, que antigamente indicava que as portas da cidade, então murada, seriam fechadas e só abririam pela manhã. A cerimônia é realizada com toda pompa, com soldados vestidos a caráter e uma pequena banda militar.
O complexo da fortaleza em si já vale uma visita. Possui um museu com a história da revolução, um café e lojinhas de produtos artesanais, além, é claro, de uma bela vista de Havana.

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